Voa Brasil: entenda como vai funcionar programa do governo com agens aéreas a R$ 200
Ainda neste ano, agens aéreas no Brasil poderão ser compradas pelo valor fixo de R$ 200. A novidade, que pode ser concretizada a partir do segundo semestre, será realizada por meio do Voa Brasil. O programa do governo, embora ainda em desenvolvimento, já tem sido anunciado pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
Em entrevista à CNN, ele deu mais detalhes sobre como funcionará o Voa Brasil. Segundo o ministro, a ideia é de que as companhias aéreas tenham um segmento dentro de seus programas de fidelidade dedicado à iniciativa.
França afirmou que é uma espécie de “consignado”, mas negou que haja subsídio do governo, apenas o financiamento pelos bancos públicos, citando a Caixa Econômica Federal e também o Banco do Brasil (BBAS3). A previsão é de que quase 12 milhões de agens sejam emitidas por ano dentro do programa Voa Brasil.
Entre as pessoas que são público-alvo do Voa Brasil estão servidores, aposentados e pensionistas, além de estudantes com Fies. Essas pessoas poderão comprar duas agens por ano ao preço de R$ 200 cada, com a opção de parcelamento em 12 vezes. Já quem está fora dessas categorias, mas que possuam renda mensal de até 6,8 mil, apenas poderão comprar a agem à vista, sem a opção de parcelamento.
O ministro ainda pontuou que as agens a R$ 200 do Voa Brasil ficarão restritas a um período específico do ano, em meses “intermediários” das temporadas nos aeroportos: a partir da segunda metade de fevereiro até junho, e depois nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro.
Voa Brasil no 2º semestre
Se a formatação do programa ocorrer bem, o ministro acredita que poderá iniciar o Voa Brasil no segundo semestre, utilizando 5% da capacidade ociosa das aeronaves. A porcentagem vai escalonando a cada semestre, até chegar a 20% no quarto semestre de funcionamento da política.
“Descobrimos que, durante os meses intermediários, os aviões decolam com 21% de ageiros a menos. Governo não entra com subsídio, ele ajuda a financiar, mas é tarefa da Caixa financiar. Diferença é que essas pessoas têm renda garantida, vai ser espécie de consignado, quando der ‘ok’ vai ser descontado da previdência, do salário, não tem intermediação de banco, é 100% sem inadimplência”, disse França.
Na avaliação do ministro, o programa Voa Brasil vai provocar uma redução de preço geral nas agens, uma vez que reduz a ociosidade enfrentada pelas companhias áreas. Ele afirmou inclusive que as ações das empresas teriam subido pelo entendimento de que a partir do programa elas “vão voar lotadas”.
“Temos uma luta paralela, que é o preço do combustível de aviação (QAV), a gente quer que seja reduzida. Mas as companhias estão fazendo seu papel, oferecendo ao governo um voo mais barato para muitas pessoas”, disse.
O ministro ainda destacou o pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que mais 100 aeroportos brasileiros em a receber voos de carreira. Sem dar detalhes, França afirmou que quer mais empresas disputando o mercado e que uma “nova está chegando agora”, sem dizer qual. Enquanto isso, o foco da pasta será na consolidação do programa Voa Brasil.
Com informações do Estadão Conteúdo
