União Europeia e Reino Unido voltarão a negociar acordo comercial
A presidente da Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disseram a seus negociadores, no último sábado (3), que eles devem voltar a discutir um acordo comercial para o pós-Brexit.

Os líderes realizaram uma videochamada com o objetivo de superar um obstáculo nas negociações comerciais. Em uma declaração conjunta, os representantes de Reino Unido e União Europeia disseram que “houve progresso nas últimas semanas, mas que permaneceram lacunas significativas, principalmente, mas não apenas nas áreas de pesca, igualdade de condições e governança”.
O comunicado pontua que eles determinaram que seus principais negociadores deverão trabalhar intensamente para tentar preencher essas lacunas. O negociador-chefe britânico, David Frost, afirmou em suas redes sociais que iniciaria as negociações com o líder das negociações da UE, Michel Barnie, “assim que possível na próxima semana”.
O Reino Unido deixou o bloco regional europeu em 31 de janeiro deste ano, após mais de 45 anos de filiação, mas continua economicamente ligada à UE até que o período de transição do Brexit seja encerrado em 31 de dezembro.
União Europeia e Reino Unido procuram acordo para minimizar custos da separação
Boris Johnson e von der Leyen procuram chegar a um acordo comercial que evite uma enxurrada de incertezas, tarifas e burocracias que prejudicaria ambas as economias. Todavia, por mais que os negociadores tenham chegado perto de um acordo em muitas áreas durante seis meses de negociações, permanecem distantes quanto ao o dos barcos de pesca europeus às águas britânicas.
Além disso, o nível de apoio que os governos podem dar às indústrias nacionais também está em pauta. A UE avalia a possibilidade dos britânicos subsidiarem setores como a tecnologia, o que poderia resultar em uma concorrência desleal.
A presidente da Comissão Europeia afirmou, na última sexta-feira (2), que as questões mais difíceis “ainda estão completamente abertas”. “Queremos um acordo porque achamos que é melhor ter um acordo como vizinhos, além desses tempos de covid com impacto devastador nas economias”, disse von der Leyen. “Mas não a qualquer preço.”
Johnson, por sua vez, afirmou antes do encontro com a líder da União Europeia que “há muito a ser feito” com o bloco. O premiê britânico afirmou que deseja um acordo de livre comércio semelhante ao que a UE tem com o Canadá, mas também está preparado para o fracasso das negociações. “Estamos decididos a qualquer um dos cursos, estamos preparados para qualquer um dos cursos e faremos com que funcione, mas depende muito de nossos amigos e parceiros”, disse Johnson.