Trump volta a atacar Powell e pedir queda dos juros após dados fracos de emprego nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, e a pedir redução nas taxas de juros do país. As novas queixas vieram após a publicação do relatório ADP, que mostrou criação de 37 mil empregos no setor privado em maio, número muito aquém do esperado pelo mercado.
Os juros dos EUA estão hoje no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano, sem nenhuma alteração nas três reuniões do Fed realizadas neste ano. A próxima será daqui a duas semanas, em 17 e 18 de junho, e as projeções do mercado são de que não haverá alteração.
“Powell está atrasado demais e precisa reduzir os juros agora! Ele é inacreditável”, disparou Trump em publicação na rede Truth Social. Em abril, antes da última reunião do Fed, Trump chegou a ameaçar publicamente sugerir a demissão de Powell, que tem mandato até maio do ano que vem. O presidente, no entanto, amenizou o discurso ante a reação negativa dos mercados.
Além do número mais baixo que o esperado para maio, e o menor desde março de 2023, o ADP revisou para maio os dados de abril, com o saldo positivo de empregos caindo de 62 mil para 60 mil vagas. O relatório inclui apenas os dados do mercado de trabalho privado e urbano, e teve como destaque positivo a criação de 38 mil vagas nos setores ligados a lazer e hospitalidade. Na outra ponta, serviços profissionais perderam 17 mil vagas.
O dado, embora seja menos completo que o “payroll”, que inclui os dados do setor público e será divulgado na sexta-feira (6), promoveu uma pequena reviravolta no mercado internacional, com virada para baixo dos índices futuros de ações, enfraquecimento do dólar e os juros dos Treasuries renovando mínimas em toda a curva.
Trump diz que é “extremamente difícil” negociar com líder chinês
Donald Trump escreveu também que é “extremamente difícil” fechar um acordo com o presidente da China, Xi Jinping. A declaração veio em um momento de ime nas negociações comerciais entre os dois países, com acusações mútuas de quebra do acordo selado no mês ado.
“Gosto do Presidente Xi, da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é durão e é extremamente difícil fechar um acordo com ele”, escreveu Trump também na Truth Social. Desde o fim de semana, o governo dos EUA vem sugerindo que Trump e Xi poderão conversar sobre a questão tarifária nesta semana, embora nenhuma declaração oficial tenha visto do governo do gigante asiático nesse sentido.
Na terça-feira (3), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, teve o primeiro encontro oficial com o novo embaixador dos Estados Unidos no país, David Perdue. Os dois trocaram gentilezas e, em declarações protocolares, expressaram a intenção de chegar a bons termos nas relações bilaterais entre as duas maiores economias do mundo.
Com Estadão Conteúdo
