Suzano é top pick do BofA entre commodities: ‘rali ainda não acabou’
Problemas logísticos, interrupções no fornecimento e margens de papel mais saudáveis podem sustentar preços mais altos da celulose – e por mais tempo. A avaliação é do Bank of America (BofA). Em relatório divulgado nesta quinta-feira (24), o banco americano eleva as projeções para os preços da celulose em 2022 para uma média de US$ 719 a tonelada, e coloca os papéis de Suzano (SUZB3) como os preferidos no setor, dada sua alta exposição à commodity, podendo ser uma das beneficiárias diretas desse cenário mais construtivo.

O BofA elevou o preço-alvo estimado para as ações da companhia, de R$ 88 para R$ 93, o que implica potencial de alta de 55,5% ante o fechamento de quarta-feira (23).
Os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika, Guilherme Rosito e George L. Staphos escrevem que desde que os preços da celulose chinesa de fibra curta (HW) atingiram o fundo do poço no final de novembro de 2021, eles subiram 26%, para US$ 692/t, e que “o rali ainda não acabou”.
Embora a valorização do real seja uma preocupação, no caso de Suzano, a avaliação é de que o preço das ações de celulose na América Latina estão descontadas, assumindo que as taxas de câmbio à vista parecem exageradas.
Além disso, o time de análise defende que para 2022 não há eventos significativos que possam levar a uma correção no preço da commodity.
“Esses níveis estão dentro do e da curva de custo e, em nossa opinião, abrem uma janela de oportunidade, dado que estamos com dificuldade para encontrar motivos que possam levar os preços da celulose a corrigirem a níveis tão baixos este ano″, escreve o BofA.
Ações brasileiras, como a da Suzano, em destaque
Para os economistas do Bank of America, as ações brasileiras vão se destacar do restante da América Latina, dado que o conflito Rússia-Ucrânia acelerou o reequilíbrio das carteiras globais para o Brasil.
“O Ibovespa é um lugar que naturalmente deverá receber risco neste cenário, dado que é um player de valor nato, com empresas de commodities e financeiras representando mais de 60% do índice. Dito isso, o fluxo de dinheiro estrangeiro deverá contribuir para fortalecer o real, além de valuations atrativos e melhores termos de troca diante de grandes diferenciais de taxas de juros”, escreve o banco.
Além de Suzano, o BofA também tem recomendação de compra para Klabin (KLBN11), com preço-alvo de R$ 34 (sem alterações), o que implica um upside de 30,3%. O time de análise diz ver a companhia surfando os fortes mercados de papel e embalagens no Brasil e as previsões mais elevadas para os preços da celulose.
“A Klabin está menos exposta à celulose do que pares como a Suzano, portanto, o aumento da receita com as novas previsões de preços de celulose está limitado a 0,5%. Os custos controlados levam a um aumento de 1,6% no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), uma vez que também consideramos alguns aumentos adicionais de preços de papel e cartão.”