Reajuste de preços é boa notícia para Petrobras (PETR4)? Decodificador de Investimentos explica
Na última segunda-feira (08), a Petrobras (PETR4) anunciou um reajuste nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. O preço da gasolina aumentou em R$ 0,20 por litro, para R$ 3,01. Já o litro do gás de cozinha de 13kg subirá R$ 3,10, para R$ 34,70.
Esse foi o primeiro aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha feito pela gestão Magda Chambriard.
O último reajuste na gasolina havia sido uma redução, em 21 de outubro de 2023, durante o mandato de Jean Paul Prates.
Em relação ao gás de cozinha, ocorreram reduções: em 17 de março de 2023 e em 1° de julho do mesmo ano.
Decodificador de Investimentos
André Kalim, assessor na Status Invest Assessoria de Investimentos, explica a seguir de que forma essa notícia impacta o consumidor e o investidor da Petrobras.
Na última segunda-feira (08), dia em que o reajuste dos preços foi anunciado, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) encerraram a sessão com alta de 2,45% no Ibovespa, a R$ 38,44, em um indicativo de que o mercado recebeu a notícia positivamente.
Isso ocorre pois os investidores estavam ansiando por esse aumento. A Petrobras não segue mais a política da paridade internacional dos preços, o que significa que a empresa procura não rear a volatilidade da cotação do petróleo para o consumidor final.
No entanto, isso acaba resultando em defasagens para os cofres da estatal. Os preços praticados pela Petrobras já estavam abaixo do patamar considerado mínimo havia três semanas. Com o reajuste de 7%, os valores voltam a figurar no limite inferior das faixas de preços.
Contudo, o que é boa notícia para a empresa é um mau presságio para o bolso do consumidor e, consequentemente, para a inflação. Isso porque, com o aumento do combustível para as distribuidoras, naturalmente haverá uma subida de preços na bomba de gasolina e no botijão de gás.
Aumento de preços significa inflação, e inflação é um dos temas mais sensíveis no mercado atualmente, haja visto a pausa no ciclo de cortes na Selic. A MCM, por exemplo, uma das principais empresas de consultoria em economia na América Latina, elevou sua projeção para o IPCA, índice oficial de inflação no Brasil, após os reajustes da Petrobras.
Agora, os consultores esperam um IPCA fechado de 4,10% ao final deste ano, ante 3,90%, o que pode indicar novos desafios na já conturbada condução da política monetária no país.
Confira a visão de algumas das principais casas de análise sobre o reajuste de preços anunciado pela Petrobras:
- Este foi um movimento importante, que acrescenta credibilidade à continuidade de outras políticas importantes, como a distribuição de dividendos e os padrões de governança corporativa (Morgan Stanley).
- O reajuste reafirma o compromisso da empresa com a execução da estratégia comercial, evitando ao mesmo tempo transferir a volatilidade para o consumidor (Itaú BBA).
- A notícia pode reduzir as preocupações dos investidores sobre uma potencial intervenção política nos preços da Petrobras após a mudança de CEO (Goldman Sachs).
- O evento é positivo, ainda que o reajuste tenha sido insuficiente para corrigir o deságio em relação à paridade internacional dos preços (Genial Investimentos).
- O reajuste é positivo pois demonstra o comprometimento da empresa com a política de preços alinhada ao mercado (XP investimentos).
Entenda como aproveitar as oportunidades
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