MXRF11 indica que fechou 2021 com lucro e reforça posição em CRIs em fevereiro
Em novo relatório gerencial divulgado nesta terça-feira (29), o fundo imobiliário Maxi Renda (MXRF11) afirmou que os números de encerramento de 2021 serão verificados por uma auditoria independente, mas a indicação atual é de que o FII fechou o ano com lucros acumulados.
Com isso, o MXRF11 tem mais força no seu processo em andamento na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O fundo entrou com um pedido de reconsideração da decisão que questiona a distribuição de dividendos do FII. O protocolo foi aberto ao final de fevereiro e a autarquia tem até 60 dias para se manifestar sobre o caso.
Para relembrar o episódio: no final de janeiro, o MXRF11 informou que a CVM determinou que o fundo só poderia pagar dividendos aos seus cotistas em caso de lucro contábil, e não apenas lucro caixa – como é o habitual na indústria de fundos imobiliários.
Na prática, a mudança no entendimento da autarquia compromete a previsibilidade do pagamento de proventos dos FIIs. Isso porque, em caso de pagamentos excedentes ao lucro contábil, eles devem ser considerados amortização, uma forma de distribuição sujeita à tributação, enquanto os dividendos de FIIs são isentos de Imposto de Renda.
Performance do MXRF11 em fevereiro
Em fevereiro, o Maxi Renda distribuiu R$ 0,09 por cota, segundo o regime caixa, após os rendimentos obtidos pelo fundo imobiliário somarem R$ 20,26 milhões no período. Cada operação teve a seguinte distribuição de dividendos:
- Permutas financeiras: distribuíram no mês R$ 1,49 milhão
- Book de CRIs: o resultado caixa foi de R$ 17,75 milhões
- Book de FIIs: teve um resultado no mês de R$ 2,46 milhões
O MXRF11 ressalta em relatório gerencial que o fundo continua com sua estratégia de manter um portfólio composto por “CRIs com boa qualidade, com foco em originação e estruturação próprias”. O objetivo é gerar ganho de capital em operações no mercado secundário com a estratégia.
Além disso, o documento traz um aviso para os cotistas, informando que “no regime de caixa os rendimentos são distribuídos quando efetivamente transitados no caixa do fundo – então pode haver um descasamento temporal entre os índices/taxas que remuneram os papéis e o efetivo pagamento, o qual compõe a base de distribuição do Maxi Renda“.
Movimentação da carteira
Em relação às movimentações no mês de fevereiro no portfólio do MXRF11, a gestão seguiu com a estratégia de reciclagem da carteira. No book de CRIs houve algumas alienações parciais e R$ 134,27 milhões em investimentos; no book de FIIs a gestão alienou R$ 45,01 milhões; enquanto no book de permutas financeiras não houve mudanças no período.
O Maxi Renda vendeu os seguintes títulos de CRI em fevereiro:
- JCC Iguatemi, Vitacon, Helbor – Estoque IV e Embraed II foram vendidos com ganho de capital aproximado de R$ 1,40 milhão.
- Os CRIs JCA (Sênior e Subordinado) sofreram resgate antecipado facultativo e geraram ganho de capital ao MXRF11 de R$ 1,34 milhão.
Já na ponta de aquisições, o Maxi Renda investiu R$ 134 milhões na compra dos seguintes ativos: CRI Bild, com uma remuneração de CDI+3,15% a/a e pagamento de R$ 40 milhões, além da retomada da posição no CRI Clariant, com volume de R$ 94 milhões.
No book de FIIs a gestão do fundo imobiliário optou por vender R$ 45,01 milhões na alienação parcial do FII Succespar Varejo (SPVJ11). Com a operação, a carteira de FIIs encerrou o mês de fevereiro com saldo de R$ 273,49 milhões.
Em relação às permutas financeiras do MXRF11, em fevereiro não houve movimentações, de modo que o FII segue com 8 permutas (R$ 116 milhões investidos) cujos projetos serão lançados até o final do primeiro semestre de 2022.
Rendimentos do MXRF11
Os dividendos referentes ao mês de fevereiro foram pagos aos cotistas do MXRF11 no dia 15 de março, no valor de R$ 0,09 por cota. “Considerando o valor de fechamento da cota no mês (R$ 9,22), o resultado equivale a 130,23% do CDI no período, já livre de impostos, ou ainda 153,21% do CDI com um gross-up de 15% de impostos”, indica o relatório gerencial do Maxi Renda.
O fundo imobiliário fechou o mês ado com um patrimônio líquido de R$ 2,303 bilhões versus um valor de mercado de R$ 2,054 bilhões, distribuídos em 226,04 milhões de cotas.
Em relação à liquidez, foram 395.277 negociações de cotas do fundo em fevereiro, movimentando um volume de R$ 113,32 milhões. A liquidez média diária do MXRF11 na bolsa de valores foi de R$ 5,96 milhões.
O valor patrimonial da cota do FII fechou em R$ 10,19 a unidade, enquanto a cotação do MXRF11 no mercado secundário encerrou o mês valendo R$ 9,22 cada.
