Loggi demite para buscar novo foco prioritário aos negócios
A startup de entregas Loggi demitiu cerca de 120 funcionários neste mês. Os cortes, antecipados pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmados pelo SUNO Notícias, tiveram foco nas áreas de vendas e marketing e sinalizam uma mudança de prioridades dentro da empresa.

O processo de reorganização dentro da Loggi é algo estratégico em empresas com crescimento acelerado, como o caso da start-up de logística, considerada um unicórnio -com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.
Isso porquê, com a chegada em um patamar de reconhecimento dentro do mercado, a empresa de logística não precisa de tantos funcionários em uma área e decide alocar caixa em outras funções, que am a ser prioritárias no novo ano.
“As coisas dentro dessas empresas mudam muito rápido. No ano ado, o foco era um. Agora, a Loggi precisa de investimentos em outras áreas, consideradas prioritárias, e remaneja o orçamento sem muito pudor”, disse, em condição de anonimato.
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Para este ano, a Loggi pretende dar sequência ao projeto de criar franquias de logística, para competir com empresas como a JadLog, por exemplo, que terceirizam unidades em locais menores.
A Loggi também procura agora aumentar a projeção dentro do Brasil, crescendo na parte de entregas logísticas e de grande porte.
A maturação da operação também obtém uma otimização que dispensa o mesmo número de funcionário no mesmo projeto. Além disso, a companhia também aproveitou para cortar funcionários que não se adequavam as metas da companhia.
Não à toa, a Loggi mantém cerca de 150 vagas abertas para outras áreas, como as de tecnologia, por exemplo, que deve dar e aos novos projetos para 2020.
Orçamento da Loggi ganhou atenção redobrada após WeWork
As mudanças, contudo, sinalizam também que há uma preocupação nova com orçamento, com a fonte do SoftBank pouco mais temeroso após os problemas com o WeWork e as dúvidas em relação ao um novo fundo.
Em setembro do ano ado, o WeWork teve que adiar os planos de um IPO (Oferta pública de ações, em inglês) após perder cerca de US$ 900 milhões no primeiro semestre, o que acabou em uma política de austeridade e demissões dentro da empresa.
Com o imprevisto do IPO, o banco de investimentos japonês, que era um dos maiores investidores, ou a ser também o controlador da empresa de escritórios compartilhados e imprimiu mudanças significativas dentro da companhia.
Isso, porém, também afetou o lucro do SoftBank. Além de tal queda, o banco também adiou o lançamento do novo Vision Fund, que iria distribuir aportes em empresas de tecnologia.
Com os novos problemas do maior investidor, que depositou cerca de US$ 150 milhões, a Loggi decidiu redobrar a atenção ao orçamento, dado que pode encontrar mais dificuldades em um novo aporte.
A Loggi foi fundada em 2013 pelo francês Fabien Mendez, atualmente CEO, e ficou famosa por seus motoqueiros que transportam grandes caixas da cor azul. Hoje ela realiza cerca de 100 mil entregas por dia. O objetivo é aumentar essa frequência de entregas para 5 milhões em até cinco anos.
Posicionamento da empresa
“A Loggi segue com seu objetivo de conectar o Brasil e para isso prioriza o equilíbrio financeiro e as boas práticas para um crescimento saudável. A reestruturação da empresa foi necessária para seguir com eficiência e foco nas suas áreas de atuação.
A empresa ressalta que segue com o compromisso de investimentos, alinhados ao seu plano de expansão e desenvolvimento de produtos. As contratações continuam, principalmente na área de tecnologia, inclusive em seu novo escritório, em Portugal”, informou a Loggi em nota.