Índice de preços ao consumidor nos EUA sobe por primeira vez em meses
O Instituto de Estatística dos EUA informou nesta terça-feira (14) que o índice de preços ao consumidor (I) subiu 0,6% em junho, após o país ter registrado três meses consecutivos de deflação. O dado foi divulgado enquanto o relaxamento das medidas de lockdown permitem a reabertura de lojas e estabelecimentos.
Apesar das pressões inflacionárias permanecerem modestas, os preços em geral subiram 0,6% em junho em relação ao mesmo mês em 2019, um aumento quando comparado com a contração de 0,1% em maio. O núcleo da inflação, que exclui as categorias frequentemente voláteis de alimentos e energia, aumentaram 1,2% no ano, inalterados em relação ao mês ado.
Os preços de roupas subiram 1,7% em junho, após três meses de fortes quedas, com a reabertura das lojas físicas. Os preços dos serviços de assistência médica, tarifas aéreas e estadias em hotéis subiram bastante ao longo do mês, refletindo uma maior atividade nos consultórios médicos e nos setores de viagens e hospitalidade, que foram duramente afetados pela pandemia.
O relatório publicado nesta terça-feira também indicou outro forte aumento nos preços dos supermercados, embora em um nível mais baixo do que nos dois meses anteriores. O custo dos mantimentos aumentou 0,7% no mês ado, após um aumento mensal de 2,6% em abril e 1% em maio. Os supermercados mantiveram uma forte demanda em junho, já que os compradores e viajantes continuaram em casa.
A opinião de especialistas nos EUA
O economista-chefe da PNC Financial Services, Gus Faucher, disse em uma entrevista ao jornal Wall Street Journal que o aumento nos preços em junho deve aliviar os temores da deflação provocados pela queda acentuada na demanda do consumidor, à medida que os efeitos da pandemia do coronavírus (covid-19) se espalharam pela economia dos EUA.
Com o resultado atual, a deflação se torna “uma coisa a menos com que se preocupar e é indicativo do fato de que a demanda aumentou e as empresas têm a capacidade de aumentar os preços um pouco”, disse Faucher.
Saiba mais: Coronavírus: desemprego nos EUA cai em maio e surpreende mercado
Além disso, de acordo com a economista-chefe da Amherst Pierpont Securities, Stephen Stanley, “Junho representou o início de um retorno ao normal para os preços, pois a maioria das categorias afetadas pelos bloqueios da covid-19 se recuperou assim que a economia começou a reabrir de verdade”.
