Ibovespa volta a recuar, puxado por queda da Petrobras (PETR4) e do petróleo
O Ibovespa caiu 0,40% nesta quarta-feira (4), com fechamento aos 137.001,58 pontos e giro a R$ 22,0 bilhões. Durante o dia, o índice da B3 oscilou entre 136.695,49 e 138.796,91 pontos. A sessão foi marcada pela espera dos mercados por uma solução fiscal convincente, no Brasil, e pela reação negativa aos dados macroeconômicos dos EUA, em meio à tensão pelo risco de guerra comercial com a China.
Na semana, o Ibovespa quase não tem variação (-0,02%), assim como neste começo de junho. No ano, a valorização acumulada é 13,90%.
“Há muito fluxo estrangeiro com a rotação global de carteiras, direcionada também aos emergentes, com os investidores em busca de retorno especialmente em emergentes mais descontados”, diz Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos, para quem o cenário permanece favorável à busca de oportunidades na bolsa brasileira.
“A situação fiscal doméstica, com a falta de ajuste no sentido de contenção de gastos que redirecione a trajetória da relação dívida/PIB, é um dos principais fatores de preocupação do mercado com relação à agenda brasileira”, avalia Felipe Paletta, estrategista da EQI Research.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
A baixa desta quarta-feira foi condicionada em especial pelas ações de Petrobras (PETR3, -2,91%, na mínima do dia no fechamento; PETR4, -2,75%), que caíram além das perdas vistas no petróleo na sessão, na casa de 1% em Londres. Lá fora, o cenário foi direcionado pela notícia de que a Arábia Saudita quer que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) continue com aumentos acelerados na oferta da commodity nos próximos meses. O país, principal exportador de petróleo, reduziu o preço de julho do tipo Arab Light para compradores asiáticos.
No cenário doméstico, a intenção do governo de arrecadar até R$ 35 bilhões junto ao setor de petróleo e gás até 2026, por meio de possível aumento de impostos e antecipação de receitas, mexe com o preço das ações de petroleiras, em especial de Petrobras, muito relevante para o índice. “Há preocupação quanto ao pagamento de dividendos e ao efeito sobre fluxo de caixa da empresa e do setor”, observa Ian Lopes, especialista da Valor Investimentos.
Por outro lado, a recuperação de pouco mais de 1% para o minério de ferro em Cingapura e na China levou a Vale (VALE3, +0,46%) a registrar a única alta na sessão entre as blue chips. Na contramão, as ações de grandes bancos seguiram em queda, com ênfase para Banco do Brasil (BBAS3, -2,74%) e Santander (SANB11, -2,35%).
Bolsas de Nova York têm fechamento misto
As bolsas de Nova York encerraram o pregão sem sincronia. O Nasdaq foi sustentado pelo desempenho positivo do setor de tecnologia, enquanto o Dow Jones encerrou o pregão na mínima do dia. O rumo das ações foi limitado por dados econômicos fracos, que alimentaram preocupações sobre os impactos das políticas comerciais do governo Trump.
Confira os fechamentos do dia em Nova York:
- Dow Jones: 42.427,74 (-0,22%)
- S&P 500: 5.970,81 (+0,01%)
- Nasdaq: 19.460,49 (+0,32%)
As ações das fabricantes de semicondutores foram destaque após o governo americano informar que empresas do setor elevaram compromisso para investimentos a US$ 300 bilhões. As ações da Marvell Technology saltaram 6,3%, seguidas por On Semiconductor (+6,1%) e NXP Semiconductors (+5,6%).
Já a Nvidia, que havia ultraado na terça-feira a Microsoft como empresa mais valiosa dos EUA, avançou 0,5%. Por outro lado, a Tesla recuou 3,6% após divulgar vendas fracas na China e na Alemanha, além de um desentendimento público entre Elon Musk e o presidente dos EUA, Donald Trump.
Com Estadão Conteúdo
