Eletrobras (ELET3): Moody’s eleva rating e vê melhora consistente
A Eletrobras (ELET3) teve sua nota de crédito elevada pela Moody’s, que agora classifica o rating corporativo da companhia em Ba1, com perspectiva estável. A avaliação reflete avanços consistentes em sua estratégia pós-privatização, marcada por redução de custos, simplificação da estrutura corporativa e solidez de liquidez.

Para a agência, o perfil de crédito da empresa melhorou de forma sustentável, com expectativa de ganhos adicionais à medida que a empresa avança em eficiência operacional e disciplina financeira.
A elevação considerou ainda o encerramento de disputas com o governo federal, a melhoria nos indicadores de alavancagem e a expectativa de que a companhia mantenha ampla liquidez sem necessidade de refinanciamento nos próximos anos.
A Moody’s destaca que a Eletrobras (ELET3) possui caixa de R$ 30,3 bilhões, além de receitas previstas com venda de ativos e recebíveis que garantem folga para operar por até 24 meses sem recorrer ao mercado de dívida.
Eletrobras (ELET3): redução de custos e melhora na alavancagem
Após a privatização em 2022, a Eletrobras executou um plano robusto de simplificação, reduzindo o número de sociedades de propósito específico (SPEs) de 81 para 62, além de cortar 24% em despesas operacionais (PMSO), que somaram R$ 7,6 bilhões em 2024. A incorporação de Furnas também gerou sinergias e benefícios tributários. Com essas iniciativas, a alavancagem caiu de 6,6x para 4,4x EBITDA entre 2022 e 2024.
A Moody’s projeta continuidade na melhora dos indicadores, com aumento do fluxo de caixa operacional antes do capital de giro (CFO pré-WC) sobre a dívida líquida para mais de 20% e cobertura de juros acima de 2x nos próximos três anos. A perspectiva estável considera que a empresa seguirá prudente na gestão financeira e manterá posição competitiva no setor de geração e transmissão de energia.
Acordo com o governo e governança fortalecida sustentam avaliação
A resolução do ime com a União sobre os direitos de voto, em fevereiro de 2025, também pesou positivamente na revisão do rating. Pelo acordo, o governo manteve três assentos no conselho de istração e a Eletrobras não precisará aportar capital adicional no projeto Angra 3. O novo arranjo reduziu o risco de governança e o potencial impacto financeiro dessa subsidiária, limitando a exposição da empresa a um teto de R$ 5,6 bilhões.
A Eletrobras (ELET3) mantém sua relevância estratégica como principal companhia elétrica do país, com atuação robusta em geração e transmissão. Para a Moody’s, os avanços recentes criam uma base sólida para novas melhorias na estrutura de capital, desde que a disciplina financeira seja mantida e não haja retrocessos na condução estratégica.