Dólar tem leve alta e fecha na casa de R$ 5,54 após anúncios do governo
O dólar encerrou o pregão a R$ 5,5426, com alta de 0,09%, nesta quinta-feira (12). A moeda norte-americana até ensaiou uma queda, embora bem limitada, na abertura do pregão, mas trocou de sinal ainda na primeira hora de negócios.

As máximas se renovaram no início da tarde, em função da repercussão negativa dos parlamentares contra a Medida Provisória (MP) divulgada pelo governo na quarta, e em relação ao novo decreto com alterações no Imposto de Operações Financeiras (IOF).
A MP traz alterações como a taxação de títulos imobiliários e do agronegócio, além da tributação dos dividendos de FIIs e Fiagros e do aumento dos impostos sobre bets e o setor financeiro. Já o novo decreto a respeito do IOF dispõe sobre a recalibragem de alíquotas.
Mesmo com essa leve alta, o dólar apresenta queda de 0,49% ao longo da semana. No mês, as perdas são de 3,09%, o que leva a desvalorização acumulada em 2025 a 10,35%. O aumento da percepção de risco fiscal, diante da resistência do Congresso aos anúncios do governo, tirou a força do real, fazendo investidores seguirem na contramão da onda global de desvalorização do dólar.
A equipe da corretora Monte Bravo acredita que a inflação nos EUA tende a arrefecer e se encaminhar para a meta de 2%. “Seguimos com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começará a reduzir os juros a partir de setembro, levando a taxa básica para 3,75% ao ano em dezembro”, afirma o time da Monte Bravo. Para a corretora, em um quadro global favorável aos emergentes, é possível imaginar a taxa de câmbio recuando até a R$ 5,40 no terceiro trimestre.
Dólar mantém tendência de queda no mercado global
O dólar desvalorizou frente a seus principais pares globais ao longo desta quinta-feira, 12. O índice DXY – termômetro do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes – apresentou queda firme e furou o piso dos 98,000 pontos, com mínima em 97,602 pontos. Moedas vistas como refúgio em momentos de aversão ao risco, o franco suíço e a coroa sueca subiram mais de 1% com o aumento das tensões no Oriente Médio, após a retirada de funcionários americanos da região.
A depreciação global da moeda norte-americana ocorre principalmente pelos dados de inflação dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado. As ameaças do presidente Donald Trump de impor novas tarifas unilaterais a parceiros comerciais nos próximos dias, também reacendem os temores sobre a guerra comercial global.
Além disso, a queda do dólar pode refletir o impacto defasado da realocação de portfólios de investidores para fora dos EUA, afirma Chris Turner, do ING Group. Segundo ele, esses movimentos podem incluir vendas diretas de ativos americanos ou o aumento nas razões de hedge cambial, o que pressiona o dólar.
Com Estadão Conteúdo