Créditos de carbono: XP analisa expectativas e vê cenário promissor para o mrcado
As crescentes preocupações com as mudanças climáticas e a instituição de uma pauta de práticas sustentáveis dentro do sistema ESG criaram nos últimos anos um cenário interessante para o mercado de créditos de carbono.

A XP investimentos analisou a oferta e demanda da modalidade de créditos voluntários. A principal conclusão é de que o mercado mundial está em estabilidade, com grandes possibilidades de aquecimento para o Brasil
Os analistas da XP Research ESG se reuniram com Thiago Picolo, CEO da re.green, uma startup brasileira focada na utilização de créditos de carbono para recuperação de ecossistemas degradados. A principal avaliação é a de que as transações neste mercado seguem muito personalizadas, com a maior parte dos acordos seguindo um padrão de acordo bilateral de compra e venda.
Segundo Picolo, essas transações contam com mecanismos de proteção para lidar com possíveis variações ambientais e por isso oferecem maior flexibilidade. No entanto, isso fazcom que as transações fiquem mais complexas, exigindo diligência prévia completa e monitoramento anual rigoroso.
Créditos de carbono: funcionamento do mercado
No mercado regulado o sistema é totalmente organizado por instâncias governamentais, em que empresas que ultraam um determinado limite de emissões faz a compensação adquirindo créditos de quem possui menor emissão.
No mercado voluntário, ao contrário, não há exigências legais. Uma empresa ou pessoa pode compensar suas pegadas de carbono investindo em companhias que realizam projetos sustentáveis.
Créditos de carbono nos EUA
As análises realizadas apontam que a demanda corporativa por créditos de carbono nos Estados Unidos segue em estabilidade, mesmo com a chegada de Donald Trump ao poder. As grandes empresas de tecnologia seguem mantendo uma demanda constante por esse mercado. O sinal de alerta está no fato de que o número de participantes desacelerou
O fato de o governo ter diminuído a divulgação pública de ações climáticas, bem como um o mais ao capital movido pela alta na taxa de juros, também pode colaborar no futuro para uma retração nos EUA.
Perspectivas para o Brasil
No Brasil o mercado de créditos voluntários de carbono segue tímido. Mas há uma expectativa de grande aquecimento para o futuro. Espera que a criação de uma estrutura gerida pela ONU seja um grande alavancador desse processo no país.
A estimativa é que o Brasil possua de 15% a 25% do potencial mundial de geração de créditos de carbono baseados na natureza. Ou seja, com uma regulação bem estruturada, o país poderá assumir uma posição de forte liderança neste mercado.