Ações para investir em junho: BTG reforça opção pelo varejo
O BTG Pactual aumentou sua exposição ao setor de varejo na carteira recomendada de ações para junho, após uma temporada de resultados do 1T25 mais forte do que o esperado. O movimento, que marca uma elevação do perfil de risco da carteira 10SIM, resultou na entrada de papéis como Smartfit (SMFT3), Mercado Livre (MELI34) e Cyrela (CYRE3), com redução no peso dos setores financeiro e de serviços básicos, que juntos agora representam 40% do portfólio (ante 60% no mês anterior).
“Provavelmente fomos conservadores demais no mês ado. A temporada de resultados foi forte e a economia surpreendeu positivamente”, escreveu a equipe de análise do BTG liderada por Carlos Sequeira.
A Smartfit (SMFT3) entra no portfólio por sua “escala inigualável, números de alto retorno, alavancagem operacional e exposição a um mercado fragmentado com espaço para consolidação”. Mesmo negociando com um prêmio frente a seus pares — 13,5x P/L para 2026 — o BTG vê o múltiplo como justificado pelo ritmo de crescimento projetado.
Já o Mercado Livre (MELI34) retorna à 10SIM impulsionado pela forte operação de e-commerce e pela escalada da vertical de fintech. A equipe destaca um CAGR de lucro por ação de 30% em dólar entre 2024 e 2028, projetando preço-alvo de R$ 130.
“O MELI escalou sua plataforma com sucesso, mantendo equilíbrio entre crescimento e lucratividade, o que reforça o valor do seu ecossistema”, avaliou o banco.
Ações: carteira tem substituições estratégicas e novo foco em construtoras
Na construção civil, a Cyrela substitui a Cury (CURY3). O BTG destaca o valuation atrativo da Cyrela (5x P/L para 2025) e sua crescente participação no programa habitacional MCMV, que já responde por cerca de 40% dos resultados da companhia.
Entre as principais saídas estão Banco do Brasil (BBAS3), Caixa Seguridade (CXSE3), Eneva (ENEV3), Localiza (RENT3) e Cury. O Nubank (ROXO34) retorna à carteira após queda relativa de desempenho e perspectiva de aceleração na receita no Brasil, segundo o banco.
A carteira de junho também inclui nomes como Itaú Unibanco (ITUB4), Equatorial (EQTL3), Copel (LE6), Rumo (RAIL3), Cosan (CSAN3) e Prio (PRIO3). A exposição a varejo foi elevada para 20%, com apenas 10% mantidos em commodities.
“Acreditamos que a Cyrela deve continuar superando seus pares, apesar do ambiente macro desafiador”, conclui o relatório. A 10SIM acumula alta de 21,1% no ano, contra 13,9% do Ibovespa. A movimentação de junho reforça a leitura do BTG de que ainda há espaço para valorização no mercado brasileiro de ações — especialmente em setores mais sensíveis ao crescimento econômico.
